Saiba tudo sobre cirurgia de catarata

A técnica é bastante recomendada pelos especialistas e oferece inúmeros benefícios aos pacientes. A seguir, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a cirurgia. Boa leitura!

Índice

O que é a catarata?

Qualquer mancha que surge no cristalino é conhecida como catarata. A mais comum é chamada de senil e surge como consequência do envelhecimento natural do cristalino.

Porém, existem outras causas para o surgimento da catarata, como fatores genéticos, congênitos e metabólicos, como diabetes. Além disso, também pode acontecer após acidentes na cabeça ou pancadas fortes no olho.

Geralmente, a visão de uma pessoa com catarata é prejudicada pela opacidade da córnea. Essa condição faz com que a luz ambiente não consiga ultrapassar o cristalino do olho e chegar até a retina.

No início, a catarata não incomoda e nem é percebida pelo paciente. No entanto, em determinado ponto, a opacidade começa a prejudicar a visão e dificultar a realização de algumas atividades do dia a dia.

É comum que o paciente apresente visão dupla, dificuldade para ler em ambientes com luz baixa ou dirigir à noite. Além disso, as cores ficam opacas e os contrastes menos perceptíveis.

Além da perda da acuidade visual, o paciente também tem o campo de visão comprometido. Logo, algumas características da doença são: enxergar brilhos e halos, sensibilidade à luz e fotofobia, visão dupla e visão nebulosa.

De acordo com o documento publicado em 2019 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a prevalência da cegueira entre os brasileiros é de 1.577.016 de pessoas.

E, segundo a OMS a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira em todo o mundo.

Para que serve a cirurgia de catarata?

Na maioria dos casos, não é possível diagnosticar a catarata a olho nu. Por isso, o oftalmologista deve utilizar um microscópio adaptado ao exame clínico no consultório.

Por isso, é importante ficar atento a sintomas como sensação de vista embaçada, variação contínua do grau dos óculos, formação de círculos ao redor das luzes à noite e percepção de que as cores andam desbotadas.

A única solução para tratar a condição é a realização da cirurgia, que consiste na troca do cristalino por lentes artificiais. Com os avanços tecnológicos, a cirurgia evoluiu, aumentando a segurança e eficácia.

O procedimento pode ser realizado em todos os estágios da doença e não existe limite de idade. Porém, nem todos os tipos de catarata possuem indicação cirúrgica.

Caso a doença esteja na fase inicial, é possível fazer um ajuste no grau dos óculos antes de optar pelo procedimento. Porém, essa decisão deve ser tomada após a realização dos exames, junto ao especialista.

De modo geral, o procedimento é indicado quando a quantidade e qualidade da capacidade de enxergar é afetada pela doença.

Aliás, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais rápida será a recuperação e menores serão as chances de complicações durante o procedimento.

Por isso, o oftalmologista deve solicitar alguns exames para decidir junto ao paciente a necessidade de realizar o procedimento.

Resumidamente, na cirurgia de catarata o cristalino que possui mancha opaca é retirado. Em seguida, é substituído por uma lente transparente, que será responsável por restaurar a visão do paciente.

Quais são os tipos de cirurgia de catarata

Existem duas técnicas principais para a realização do procedimento: a facoemulsificação, conhecida como FACO, e a extração extracapsular do cristalino (EECP).

FACO

Neste procedimento é utilizado um colírio anestésico para que o paciente não sinta dor durante a cirurgia. Em seguida, o cristalino é aspirado, e então é substituído por uma lente intraocular dobrável.

O procedimento é feito com auxílio de ultrassons de alta precisão capazes de emulsificar o núcleo, facilitando a extração da catarata.

A vantagem da técnica é que não há necessidade de pontos, o que permite uma recuperação imediata da visão. Além disso, o processo de recuperação pode durar cerca de uma semana.

EECP

Embora seja menos utilizada, a técnica consiste em remover todo o cristalino de forma manual. O próximo passo é substituí-lo por uma lente intraocular transparente rígida ou dobrável.

Geralmente, a técnica precisa de pontos na córnea para o fechamento da incisão. Por isso, o processo de cicatrização é mais lento. Além disso, a recuperação pode levar de 1 a 3 meses.

O procedimento tem duração de 20 minutos a 2 horas, dependendo de qual técnica for escolhida pelo especialista.

Já a escolha da lente intraocular, que substituirá o cristalino, deve ser feita pelo oftalmologista. Isso porque possui determinada potência, calculada nos exames pré-operatórios. Aliás, em alguns casos, poderá substituir os óculos para a distância de longe.

Hoje em dia, é possível escolher entre vários tipos de lentes, cada uma para determinada indicação. Aliás, também é preciso avaliar as condições do olho, preferências do paciente e indicação do especialista.

De modo geral, as lentes podem corrigir a visão, o astigmatismo ou simplesmente restituir a visão que o indivíduo tinha antes de desenvolver a catarata. Mas, para isso, é preciso fazer a escolha do tipo de lente junto ao oftalmologista.

As lentes convencionais conseguem corrigir casos de miopia, hipermetropia e astigmatismo baixos. Depois do procedimento, é comum que o paciente não precise mais utilizar os óculos para longe.

No entanto, a maioria dos pacientes irá precisar de correção para leitura.

Já no caso das lentes intraoculares especiais, bifocais ou trifocais, o indivíduo poderá se tornar independente dos óculos em todas as distâncias: perto, intermediária e de longe.

Vale ressaltar que o grau é calculado com base nos exames pré-operatório. Porém, o resultado pode não ser exato, já que está sujeito a variações individuais, como a cicatrização.

Qual o tempo de recuperação

Para que não apresente sérias complicações, o procedimento cirúrgico deve seguir algumas recomendações essenciais do médico oftalmologista.

Dependendo do tipo de cirurgia, o paciente pode regressar para casa 30 minutos após o procedimento. Já no dia seguinte, algumas tarefas já podem ser realizadas.

No caso da FACO, o uso de aparelhos mais recentes reduz o calor e a vibração na ferida na córnea, o que diminui a hipótese de rutura capsular. Por requerer incisões menores, permite uma melhor e mais rápida recuperação após o procedimento.

Nesses casos, a recuperação visual é quase imediata, isto é, pode voltar ao normal dentro de 24 ou 48 horas. Além disso, o período de cicatrização costuma ser mais curto.

Porém, são necessários alguns cuidados no pós-operatório de modo a evitar complicações.

Cuidados após o procedimento

Após a cirurgia de catarata, o paciente deve utilizar colírios de acordo com a indicação do especialista para evitar infecções ou inflamações. Também é recomendado fazer repouso nas primeiras 12 horas, evitando esforços físicos que podem causar complicações.

O pós-operatório será mais tranquilo se o paciente evitar coçar ou comprimir a região e não fazer movimentos bruscos com a cabeça. Nessa fase, o paciente deve evitar ambientes quentes e poluídos e manter os olhos protegidos do valor, poeira, vento, shampoo e outros agentes que possam causar irritação.

Outros cuidados recomendados são:

  • Evitar banho de mar ou piscina por, pelo menos, 30 dias.
  • No primeiro dia, não realizar atividades que exijam esforço visual por muito tempo, como usar o celular ou computador.
  • Suspender o uso de maquiagem no primeiro mês, especialmente na região dos olhos.
  • Proteger os olhos para dormir com um protetor acrílico.
  • Evitar dormir ou deitar apoiado no lado do olho operado.
  • Suspender a prática de esportes, atividades de risco e levantamento de pesos nas primeiras duas semanas.

Além disso, ainda é indicado o uso de óculos de sol sempre que sair de casa, pelo menos durante os primeiros dias.

Caso o paciente sinta dor, apresente vermelhidão nos olhos ou qualquer desconforto, o médico deve ser comunicado. Aliás, é de extrema importância que as consultas agendadas sejam seguidas à risca pelo paciente.

A recuperação da visão é um fator individual de cada paciente. Algumas pessoas podem levar um tempo maior para voltar a enxergar melhor. Além disso, se o paciente apresenta outro problema ocular, além da catarata, também é preciso levá-lo em consideração.

Isso porque certas condições precisam ser tratadas de forma simultânea, como alterações na retina ou na córnea, glaucoma e hemorragia vítrea, na parte gelatinosa do olho.

Possíveis riscos da cirurgia

Os riscos envolvidos na cirurgia de catarata são, de modo geral, infecção e inflamação. Embora seja raro, casos de cegueira podem ocorrer.

O quadro de infecção mais grave após o procedimento é chamado de endoftalmite. Geralmente, aparece em 1 a 3 pessoas a cada 10 mil operados. Porém, quando o diagnóstico é feito de forma precoce, a chance de manter a visão é grande.

No caso da catarata congênita, o risco é um pouco maior. Isso porque o processo de cicatrização da criança é diferente do adulto. Além disso, os tecidos dos olhos são mais frágeis e menores, o que torna a cirurgia mais difícil.

Por essa razão, o acompanhamento médico é fundamental para que a visão seja estimulada após a cirurgia de catarata.

Embora seja um procedimento seguro e eficaz, a FACO também não está isenta de riscos. Em alguns casos, pode ocorrer queimadura da córnea, traumatismo da íris, rutura da cápsula posterior, perda de vítreo, entre outras.

Uma das complicações após o procedimento é a opacificação da cápsula posterior passados alguns meses ou anos. A condição ocorre em cerca de 30% dos pacientes submetidos à cirurgia, o que provoca a perda da visão.

Em alguns casos, a opacidade pode ser densa e diminuir a visão de forma considerável.

Porém, é importante ressaltar que a técnica é muito recomendada e bastante segura, desde que sejam seguidas todas as orientações do oftalmologista.

Benefícios da cirurgia de catarata

Como falamos anteriormente, a catarata causa diversos fatores que prejudicam a visão. Por isso, a cirurgia pode oferecer vários benefícios. A seguir, vamos apresentar 4 deles, veja só!

Aumento da qualidade de vida

Com a visão renovada, o indivíduo adquire melhor percepção do ambiente, fazendo com que as tarefas do dia a dia sejam executadas com mais facilidade.

Assim, atividades como exercícios, dirigir e caminhar podem ser realizadas sem medo.

Independência

Um dos principais problemas da catarata é que o paciente se torna dependente de terceiros. Mas, com a recuperação da visão, o indivíduo poderá assumir o controle de suas atividades.

Consequentemente, precisará de menos ajuda no dia a dia, vivendo com mais independência e confiança.

Substituição dos óculos

A lente intraocular inserida no lugar do cristalino pode substituir o uso dos óculos. Inclusive, alguns tipos de lente excluem a necessidade de óculos para todas as distâncias, seja longe, intermediária ou perto.

Sendo assim, o uso do acessório não é mais necessário após o procedimento.

Menor tempo de recuperação

Após a cirurgia, o paciente pode retornar às atividades em aproximadamente 15 dias. Dependendo da técnica escolhida, a recuperação é rápida e o paciente retorna para casa no mesmo dia.

Entretanto, é preciso seguir as recomendações médicas para garantir excelentes resultados após a realização do procedimento. Isso inclui o uso de medicamentos indicados e evitar atividades que exijam esforço nos primeiros dias.

Qual é o preço médio da cirurgia de catarata?

A cirurgia de catarata pode custar, em média, R$ 5.000,00 por olho. No entanto, o preço varia de acordo com o tipo de lente intraocular, o subsistema ou plano de seguro de saúde do paciente, entre outras questões.

Por essa razão, somente o médico oftalmologista poderá estimar o valor da operação, após avaliação da consulta. É importante saber também que a cirurgia pode ser feita pelo SUS e por alguns convênios médicos.

Além disso, é recomendado que o procedimento seja feito em um olho de cada vez. Normalmente, o intervalo deve ser de, no mínimo, 48 horas.

Qual hospital faz cirurgia de catarata em Jundiaí

Para fazer a cirurgia da catarata é de extrema importância buscar um centro especializado. Afinal, é feita sob sedação com anestesia local.

Por isso, é fundamental escolher um hospital de qualidade, indicado pelo trabalho e histórico de atuação.

Por fim, vale ressaltar que a maioria dos problemas nos olhos é passível de prevenção e controle. Mas, para isso, é preciso que sejam feitos o diagnóstico precoce e o tratamento adequado com o oftalmologista.

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